quarta-feira, 9 de março de 2011

Mudar ou Não Mudar


Certo dia havia levando meu carro para revisão na concessionária e ao aguardar sua liberação avistei um senhor beirando os  60 anos, alto, cabelos grisalhos e vestido muito a vontade, deduzi que o mesmo também estava esperando seu carro, após alguns minutos de espera começamos a conversar para passar o tempo, não me recordo o seu nome mas seu apelido era gaúcho, da mesma origem e também em Goiânia e melhor: Gremista...
Pronto! Ficamos amigos...
O destino é interessante e o modo que ele age também, a conversa que começou sobre a felicidade de ter o mesmo modelo de carro terminou como uma conversa de negócios, esse senhor era um Diretor Comercial de uma grande empresa do estado com vasta experiência no seu segmento de atuação, e havia rescindido seu contrato e estava voltando para São Paulo nos próximos dois dias, entre as várias interessantes histórias de vida que contou, pois já viverá em diversas cidades, pelo menos umas 15, assim como em diversos estados, seu semblante solitário e de dúvida era evidente, e uma hora perguntou minha idade, obviamente percebeu que sou mais novo, após lembrou de seu filho que tem 30 anos e como está feliz com sua colocação no mercado paulista e era nítido o orgulho que este sentia quando falava de suas graduações e ambições.
Perguntou sobre minha experiência e porque havia trocado uma empresa de um determinado ramo por outro? Respondi cuidadosamente que optei por migrar de segmento em virtude de buscar novos desafios, quebras paradigmas e que por característica me sinto muito bem com o novo. Criar é uma de minhas principais habilidades e tenho muito prazer com isso. E que, no meu caso,  mudar de ares me fez muito bem profissionalmente e pessoalmente.
Ele contra-argumentou dizendo que estava trabalhando a mais de 15 anos no mesmo ramo, e que muitas vezes sentiu vontade de mudar, mas a vida sempre acabava lhe trazendo de volta para suas especialidades.  
Respondi prontamente que na minha visão não há nada de errado com isso, isso pode ser sinal que realmente é muito  bom no que faz,  e se ele sente bem fazendo isso deves continuar.
Não conformado com a minha resposta ele ratificou a pergunta: mas porque você mudou de ramo várias vezes?
Porque somos diferentes, meu perfil é diferente do seu, não significa que um é melhor ou pior que o outro, simplesmente somos diferentes. Hoje muitos gurus de administração entendem que a quantidade de empresas é sinônimo de qualificação, conquista e prosperidade, assim como aumento de geração de resultados e futuros brilhantes.
Já conheci pessoas com mais de 20 anos de empresa e que continuam gerando resultado nas suas organizações e lá trabalham até hoje. Pessoas corretas e que a empresa faz parte de suas vidas, pois o fruto daquele trabalho é que criou o sustento e o desenvolvimento da qualidade de vida de sua família.
Dificilmente vemos os mesmos gurus falando como nos curar do stress do dia-a-dia, ou como pagar nossas contar no final do mês quando a “aventura” não dá certo. Ops! Me desculpei pela gafe... Pois os que tratam desse assunto são outros gurus...
Continuei argumentando que mais importante que o emprego ou segmento de atuação é a intensidade que vivemos e o prazer que temos pelo desempenho de um trabalho bem feito, de montar ou manter uma excelente equipe ou desenvolver um excelente produto – resumindo -  ser feliz no que faz. A empresa é um meio – você é o fim,  o segmento é importante, mas assim como aprendemos a andar também podemos aprender ou re-aprender coisas novas todo tempo.
Nesse momento ele me deixou surpreso, pois disse:
“- Pois é, mas meu filho disse que não devemos ficar mais de 3 anos em uma única empresa porque ficamos fora do mercado.  Que as oportunidades só acontecem para as pessoas com muitas habilidades novas, computadores, inglês e etc, etc, etc...”
Nesse momento não pensei duas vezes e respondi:
Como você gerou a educação e criação de seu filho?

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